DEPOIS DO FELIZES PARA SEMPRE
Depois “do felizes para
sempre”
Era uma vez, há muitos, muitos anos atrás mais vinte e cinco anos, uma senhora
de cabelos negros como o ébano, onde já começavam a aparecer alguns fios
brancos como a neve, bem da cor da pele dela, que já não era branca como a
neve.
O nome da tal senhora era Branca Encantado. Nos tempos de solteira, o sobrenome
dela era “De Neve”, mas, depois que se casou com o Príncipe Encantado, Dona
Branca passou a usar o sobrenome do marido.
Dona Branca estava com uma barriga enorme, esperando o seu sétimo filho, para
ser afilhado do sétimo anãozinho, que vivia reclamando pelo fato de todos os
outros anões já serem padrinhos de filhos de Dona Branca e faltar um para ser
afilhado dele.
Dali a uma semana ia fazer vinte e cinco anos que Dona Branca havia se casado
para ser feliz para sempre. E, como você sabe, quem fica vinte cinco anos
casado com a mesma pessoa faz uma bruta festa para comemorar as Bodas de Prata.
Feliz com tudo isso, Dona Branca tricotava um casaquinho de lã para o
principezinho que ia nascer, sozinho no grande salão do castelo, forrado de
mármore cor-de-rosa e veludo vermelho. Os filhos maiores estavam na escola e os
menores com as amas. O Príncipe Encantado, como sempre, estava caçando. Foi aí
que a grande porta do salão abriu-se e entrou Caio, o lacaio, anunciando:
-Alteza, a Senhorita Vermelho acaba de chegar ao castelo e pede...
-Chapeuzinho?!_interrompeu Dona Branca._Que ótimo! Peça para ela entrar. Vamos,
caio, rápido!
-Caio, o lacaio, inclinou-se numa reverência e foi buscar a visitante.
Chapeuzinho Vermelho era a mais solteira das amigas de dona Branca e uma das
poucas que não era princesa. A história dela tinha terminado dizendo que ela ia
viver feliz para sempre ao lado da vovozinha, mas não falava em nenhum príncipe
encantado. Por isso, chapeuzinho ficou solteirona e encalhada ao lado de uma
velha cada vez mais caduca.
Com a cestinha pendurada no braço e com o capuz vermelho na cabeça, dona
chapeuzinho entrou com o lacaio atrás. Dona Branca correu para abraçar a amiga.
-Querida! Há quanto tempo! Como vai a vovozinha?
-Branca!
As duas deram-se três beijinhos, um numa face e dois na outra, porque o
terceiro era para ver se a Chapeuzinho desencalhava.
Comentários
Postar um comentário